quarta-feira, 6 de abril de 2016

Primeiro Ultrassom


Hoje eu fiz o primeiro ultrassom, já com 14 semanas, sei que deveria ter feito antes, porém, devido a diversos fatores eu só pude fazer o exame agora. É meio estranho o começo da gravidez porque as vezes não parece que você está realmente grávida, e ver meu bebê ali, se mexendo, ouvir o coraçãozinho dele, foi uma sensação inexplicável. Não deu pra ver o sexo ainda mas o médico arriscou um palpite em menino, sem dar certeza. Daqui a umas duas semanas eu vou repetir o exame pra ver se dá pra saber o sexo. Eu ainda tô meio boba de ter visto meu bebê, foi lindo, queria poder fazer ultrassom todos os dias rs. É incrível saber que têm uma vida se formando dentro de você. Não consigo parar de imaginar como ele vai ser, o rostinho, o jeito, se vai ser quieto ou ajitado. Também queria sentir ele se mexendo dentro de mim. Mas enfim, vou aproveitar cada etapa da minha gravidez porque cada momento é único e depois vou ter tempo pra aproveitar as próximas etapas também.

domingo, 3 de abril de 2016

Quando perdi minha mãe...


O dia 29 de outubro de 2015 ficou eternamente marcado na minha vida. Foi o dia em que perdi a pessoa mais importante do mundo pra mim, minha mãe.
Minha relação com a minha mãe era maravilhosa, nós éramos muito unidas, de forma que eu (mesmo depois de casada) só queria fazer as cosias se fosse com ela. Pra qualquer lugar que eu fosse, queria ir com ela. A boca dela era perguntar se eu era grudada nela. Eu simplesmente não sabia viver sem minha mãe (e ainda não sei). A gente brigava muito, as vezes eu parecia mais mãe dela do que ela minha mãe. A gente também brincava muito, riamos litros, eram tantas demonstrações de carinho, vivia agarrada nela. Era sempre horrível a hora de ir embora, já que eu morava longe. Me despedir dela rasgava meu coração. Quando eu fui embora na última vez, eu não sei, tinha algo errado. Eu me senti triste como jamais tinha me sentido, imaginei até que pudesse acontecer algo comigo durante a viagem. Eu não queria ir embora, não queria sair de perto dela. Ela me acordou de manhã e disse:
- Tu vai?
Respondi:
- É o jeito né?!
Levantei e antes de tomar banho dei um abraço nela e disse que tava morrendo de saudade. Ela respondeu:
- Mentira, mentirosa, tu só quer saber do Taynan agora. (Taynan = meu esposo)
Eu ri e fui tomar banho. Ela foi me deixar na rodoviária de moto, eu fui o caminho inteiro pensando em acidente e pedindo a Deus que se algum dia acontecesse algo com a minha mãe, se ela sofresse um acidente de moto, que por favor, Ele permitisse que eu tivesse com ela. Ela me deixou na rodoviária e saiu pra resolver algo enquanto eu esperava o ônibus, disse que se tivesse tempo voltaria ali pra me dar tchau. Um tempo depois ela voltou. Eu corri onde ela tava, dei um beijo, abracei, nos despedimos, disse que a amava e ela disse o mesmo pra mim. Antes dela fazer a curva eu disse:
- Olha o carro! Olha o carro!
Ela parou, esperou passar e foi embora. Foi  a última vez que vi minha mãe viva. Isso tudo aconteceu na segunda-feira. Eu passe a semana doente, me sentia mal, dor de cabeça, faltei aula na faculdade e até tive que sair no meio de uma. Na quinta-feira cheguei em casa depois da aula com muita dor de cabeça. Minha mãe me ligou por volta das 20:30, disse que tava na praça, tinha ido com minha madrinha, que é prima dela e tava passando uns dias lá. Ela tava tão feliz! Falava rindo... eu disse que tava doente e ela falou:
- Lílian tu tem que vir pra cá, pra eu cuidar de ti, tu não pode ficar ai doente sozinha.
E eu respondi:
- Mas eu não tô sozinha mãe, o Taynan tá comigo.
Desligamos e telefone.
Por volta das 23:30 meu marido me acorda. Acordei sabendo que tinha acontecido algo, eu senti. A primeira coisa que eu vi quando abri os olhos foi uma mariposa vermelha, com uma textura meio aveludada, que meu marido disse ter aparecido na hora que ele tava sabendo da notícia, e que sumiu tão misteriosamente quanto tinha surgido. Ele falou:
- Lílian, parece que aconteceu um acidente.
- Acidente?
- Mas calma, eu não sei de nada ainda.
Eu já sabia! Liguei pro telefone da minha mãe, uma mulher atendeu, perguntei pela minha mãe e ela disse:
- Lilian,sei nem como te dizer o que aconteceu.
Antes que eu pudesse implorar pra ela falar a ligação caiu. Dpois uma pessoa ligou e explicou tudo pro meu marido. Ele desligou, olhou pra mim e quase chorando falou.
- Aconteceu um acidente... e parece que tua mãe morreu.

A Descoberta

Eu sempre quis ser mãe e sempre pretendi ser mãe cedo. Não tão cedo quanto tá acontecendo, mas cedo. Eu tinha umas paranóias loucas e sempre que minha menstruação atrasava (o que era beeem comum) eu achava que tava grávida. Nossa! Sentia todos os sintomas, aí lá ia eu gastar dinheiro com teste de farmácia pra nada. Ao contrário do que eu imaginei, quando eu realmente fiquei grávida eu não senti nada de estranho logo no início. a maior diferença foi que quando minha menstruação atrasava, geralmente eu sentia muita cólica, e dessa vez eu senti cólicas bem fraquinhas. A menstruação já tava com cinco dias de atraso e meus seios tavam um pouco doloridos. Achei que não tava grávida porque eu sempre pensava que tava e nunca tava, e nessa ocasião com certeza nãos seria diferente. Grande engano! Como já tava muito aflita, resolvi fazer o teste. Nossa, quando vi a segunda listrinha aparecendo... nem sei explicar o que senti. Quase sem conseguir falar chamei meu marido e mostrei pra ele.
- O que foi? O que isso significa? Eu não entendo! - ele disse.
Eu tampava a boca com uma mão e com a outra entregava o teste pra ele. Mostrei a caixinha do teste (que explica quando o resultado é negativo e quando é positivo).
- Deu positivo?
Eu balancei a cabeça em sinal afirmativo. Pra minha surpresa a reação dele foi meio neutra. Ele nem pareceu feliz, nem triste, ficou normal. Enfim, cada um reage de sua forma. Eu tava completamente anestesiada. Passei um bom tempo daquele jeito, segurando o teste com uma mãe e tampando a boca com a outra. Apesar da pouca idade e de ter consciência que não é fácil cuidar de outro ser humano, principalmente quando ele acaba de nascer, eu tava muito feliz. Foi a melhor notícia que eu recebi depois de perder minha mãe (situação que contarei em outro post), e queria muito um novo sentido pra minha vida, e com certeza um filho seria mais do que um lindo motivo pra eu continuar vivendo.